As vezes brota chatice em mim, o que eu faço?
Outro dia ouvi uma frase que me intrigou profundamente:
"Às vezes me brota uma chatice, que nem eu me aguento, o que eu faço com ela?"
O que seria “brotar chatice” em alguém? Refletindo, percebi que me identifiquei muito com essa sensação. Muitas vezes, simplesmente brotam pequenas irritações: meu marido não me entende e fico chateada; meus filhos não me obedecem e fico irritada; minha amiga não responde e me sinto indignada.
Essas chatices surgem espontaneamente, jorrando de dentro de mim. Penso nos hormônios, na alimentação, nas atitudes das pessoas à minha volta… ou talvez seja TPM, ou tudo isso junto. O fato é que, naquele dia, estou mais sensível e irritada, e preciso aprender a lidar com tudo isso.
Mas não são apenas as chatices que brotam. Também surgem minhas alegrias, meus amores, minha bondade, minhas saudades, minha compreensão e minha compaixão. E o que fazer com tudo isso?
Sinceramente, me aceito. Mas não no sentido de um “sou assim e não vou mudar”. Me aceito no sentido de me permitir ser assim de vez em quando: brotando chatices e meiguices, raivas e ternuras, irritações e doçuras. Ao mesmo tempo, me comprometo a ser a melhor versão de mim, enfrentando medos e limitações com responsabilidade e autenticidade, comigo e com os outros.
Porque, na soma de tudo isso, existe uma pessoa integral, única e especial, que se completa em harmonia com aqueles que compartilham comigo suas experiências de vida — que também têm suas chatices, mas também sua generosidade e compreensão.